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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Indústria do Lixo Musical

Nas últimas 3 décadas o “Show Business” tem se estabelecido como um dos negócios mais lucrativos do mundo. A paixão das pessoas por ritmos de dança, as luzes dos palcos que brilham, rodopiam e deixam encantados (ou seriam hipnotizados?) os espectadores, as mulheres e homens de rostos bonitos (aos padrões europeus, diga-se de passagem) e sempre em forma, cantando (muitas vezes sem nenhuma afinação) versos que se encaixam facilmente ao dia-a-dia de um número imenso de pessoas, as demonstrações de simpatia e apreço dos artistas para com os seus fãs (somente no palco ou em entrevistas para jornais ou revistas, a maioria dos “músicos” são absurdamente grosseiros e antipáticos), e a carência cultural da maioria das pessoas, são em parte o segredo dessa Indústria do Barulho (não vou tratá-la, como fazem alguns jornalistas descuidados, por Indústria Cultural pelo simples motivo de que o termo “Indústria Cultural” pressupõe cultura, o que não se vê na mídia brasileira a tempos, salvo raríssimas exceções).

Como uma entidade de fins lucrativos, os empresários do entretenimento precisam buscar soluções para o aumento de seus ganhos. Para isso são contratados professores de canto, de dança, de ritmo dentre outros, para forjar um fantoche musical que atenda milimetricamente a todas as expectativas dos investidores. Nem que para isso tenham que produzir idiotices como as da Mulher Melancia, Latino e cia.

Torna-se claro o objetivo dessa indústria! Não é fazer com que você se sinta tocado ou emocionado com o que ouve ou vê, a finalidade é: LUCRAR!

Vejam bem, os que ganham a vida poluindo a nossa esfera auditiva não são os únicos que querem lucrar, o nosso modelo de produção é o capitalismo, isso eu sei, o problema não é o lucro em si, mas os meios utilizados para obtê-lo.

Como os demais empresários, eles devem observar determinadas regras em prol de toda a sociedade. Todas as empresas têm uma função social, e queiram ou não, devem observá-la no desenvolvimento de suas atividades. A livre iniciativa, adotada pela nossa Constituição não autoriza nossos empreendedores a destruir nossa cultura e identidade.

Infelizmente nunca foi produzido tanto LIXO "artístico" quanto hoje. Quem acreditar que os entetainment managers se importam com a qualidade musical e com o impacto negativo dos seus produtos, basta escutar os ruídos de Britney, Madonna e Ivete e irá facilmente compreender a miséria que está sendo propalada por tantos singles sem nenhum conteúdo.

E o pior de tudo é saber que até mesmo países ricos e com uma educação mais desenvolvida também se rendem a esse tipo de empreendimento anticultura. Em países como a França, Suíça e Alemanha, onde a educação está em um patamar bem acima do que é visto pelas terras tupiniquins, as “artistas” mencionadas acima faturam alto em shows e vendas de singles, CDs e DVDs.

É amigos, a carência por arte é Global. Parece mesmo que a a parte final da política do “pão e circo” do nossos amigos patrícios, foi hipertrofiada. Chegando a um estágio que nem mesmo os Imperadores romanos sonhariam um dia.

O governo deveria ter uma ação mais combativa à essa epidemia que se alastra nas rádios e canais de TV por todo país. A única maneira de se ouvir boa música é pesquisar muito na internet ou comprar CDs em lojas especializadas, pois os grandes varejos do nosso país também estão pouco se lixando pra nossa cultura e desenvolvimento intelectual, encontrar um CD de Ricky Vallen (nem sei como é que se escreve, e nem me peça p procurar na web) nas Americanas é coisa fácil, mas eu duvido alguém encontrar alguma coisa de Luiz Gonzaga, ou do Villa-Lobos na loja em questão. Perguntar por CDs ou DVDs de Kitaro então é quase falar mandarim para as vendedoras, que ficam rindo, achando que você é louco (aconteceu comigo sim, rs).

Não me acho superior a quem curte as musas do pop, ou os reis do brega, acredito que devemos ouvir de tudo, até mesmo para poder selecionar. Mas ser fã, idolatrar e endeusar umas figuras públicas que fritam os cérebros de milhões de pessoas no Brasil e no mundo é algo bem diferente e que requer cuidado.

É isso pessoal, nós devemos tentar construir uma sociedade saudável em todos os sentidos. É inerente ao ser humano gostar de cultura, de arte, mas não podemos deixar que essa nossa característica seja distorcida e manipulada pelo binômio Show Business / Indústria do Entretenimento. Vamos tentar abrir nossas mentes para o que realmente nos faz compreender quem somos (a Arte) e jogar no lixo o que tenta nos padronizar e emburrecer...

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