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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Política e troca de favores.

Um dia desses, li no blog de um vereador de nossa cidade um comentário interessante.

No texto o vereador relata a história de um cidadão que o procurou pedindo uma "ajudinha" p fazer uma reforma. Como o legislador municipal negou prestar esse "auxílio", o cidadão o mandou ir para... vocês sabem p onde. Também nesse mesmo texto o vereador comenta que se sentiu mal pelo fato de as pessoas não entenderem como funciona o processo democrático: "a minha função é legislar em prol do bem comum..." etc.

Pois bem, creio que essa indignação não deveria jamais subsistir.

Ora, em período de campanha eleitoral quem é que adora procurar e ser procurado para comprar com facilidade a consciência dos populares?

Não estou aqui afirmando que esse vereador comprou sequer um voto PELAMORDEDEUS!

Mas as pessoas em geral não têm instrução suficiente para entender como funcionam as relações de poder em nosso país. E a culpa não é exclusivamente delas mesmas, a esmagadora maioria dos nossos políticos charlatões compram votos mesmo. Criam assim uma distorção que, aos olhos de nossa população, que é ignorante e muito carente, legitimam um pensamento dominante: "Se fulano não me der tal coisa eu não voto nele". Essa frase, apesar de triste sempre é ouvida nos dias que antecedem qualquer Eleição.

Meus caros, a lei que proibe o abuso de poder econômico no processo eleitoral tem pouca ou nenhuma eficácia social, e as pessoas sabem disso.

Como então um político, que conhece bem a realidade, diz que lastima que as pessoas o peçam favores, se é exatamente isso que quase todos fazem no pré-eleição.

Prometer melhoria na qualidade de vida das pessoas, mostrar competência, trabalho e honestidade definitivamente NÃO ajudam nas urnas. Acho que pode até ajudar a eleger um presidente. Mas para eleger um Governador, Senador, Deputado, Vereador ou Prefeito as trocas de favores imperam mesmo!


Prova disso é que estão em extinção (seja no âmbito municipal, estadual ou federal) os representantes do povo advindos do próprio povo.

Políticos que sejam engajados em trabalhar em prol do bem comum praticamente não existem. Os interesses particulares estão quase sempre acima dos interesses públicos, dando até nojo estudar em Direito Administrativo a mentira que é o Princípio da Supremacia do Interesse Público, sem quase nenhuma eficácia nos altos escalões do poder.

Talvez Vereador, daqui a uns cem ou trocentos anos, essa sua indignação possa subsistir, mas hoje, com o povo sem uma educação de qualidade e distantes de verem supridas as suas necessidades materiais básicas, o senhor deve considerar tais pedidos como naturais e inerentes ao nosso terrível modelo de sociedade.

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