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sábado, 6 de março de 2010

Foi o Estado que faliu, ou foi a sociedade que sucumbiu?

Hoje pela manhã assisti a uma reportagem interessante no Fala Brasil, telejornal matutino da TV Record.

Ela falava de uma nova modalidade de seguro de vida, o seguro de vida e integridade física por danos causados pelas “balas-perdidas”. Disse o repórter que essa modalidade de seguro está sendo muito bem recebida pelos moradores do Rio de Janeiro, principalmente os que vivem nas favelas mais perigosas, temerosos por suas vidas e pelas de seus familiares. Essa receptividade se deve também ao valor módico das mensalidades que vão de R$3,50 a R$20,00 (não tenho certeza sobre o último valor).

O âncora do jornal em questão, afirmou que quando a sociedade necessita apelar para ações como essas é por que o Estado há muito deixou de cumprir o seu papel, em outras palavras:

O ESTADO FALIU!!

Não é de hoje que ouço essa expressão, na verdade, creio que se eu fosse imortal e tivesse uns 15mil anos de idade, provavelmente poderia dizer ao leitor que a humanidade nunca teve um Estado “não-falido”. Graves problemas sociais sempre aconteceram, desde a Suméria e os abusos dos reis.

A falência, caros leitores, é do nosso modelo de sociedade, do nosso modelo de produção e também de nosso modelo de Estado. Sempre poucos governaram para a minoria. Sempre! No Egito Antigo não era diferente, na França do século XVIII também a mesma coisa acontecia e hoje acontece o mesmo.

Não podemos fechar os olhos ao fato de que atribuir a culpa ao Estado jamais solucionará os nossos conflitos.

Enquanto vivermos numa sociedade que parabeniza o estresse e promove a adoração ao trinômio beleza exterior-poder-riqueza tudo continuará a ser exatamente como é hoje. Até mudarmos o nosso quadro social tão estratificado a fome, a miséria, a violência e a ignorância não nos darão uma trégua, nem nos deixarão viver como merecemos. E com certeza aparecerão outros “seguros” que afrontarão o senso de normalidade de qualquer cidadão.

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