Blog do Giorgione

Blog destinado à resolução de Questões de Concursos Públicos (área jurídica), comentários sobre as ações do governo, divulgação de novidades tecnológicas e de posições pessoais sobre questões diversas da vida em sociedade.

sábado, 28 de maio de 2011

Novos painéis capturam até 95% da energia solar.

Eficiência é um problema com os painéis solares de hoje, pois eles só recolhem cerca de 20% da luz disponível. Agora, um engenheiro da Universidade de Missouri desenvolveu uma folha flexível que capta mais de 90% da luz disponível,com a qual ele planeja criar protótipos à disposição dos consumidores nos próximos cinco anos.

Patrick Pinhero, um professor adjunto no Departamento de Engenharia Química da universidade mencionada, diz que a energia gerada usando os tradicionais fotovoltaicos (PV), métodos de coleta de energia solar, é ineficiente, pois eles negligenceiam a maior parte do espectro solar disponível (luz solar) a eletromagnética. O dispositivo que sua equipe desenvolveu - essencialmente uma folha fina, moldável de antenas de pequeno chamado "nantenna" - pode colher o calor de processos industriais e convertê-la em electricidade utilizável. Sua ambição é estender este conceito a um dispositivo nantenna solar capaz de recolher diretamente a irradiação solar na região do infravermelho próximo e óptica do espectro solar. Trabalhando com sua ex-equipe no Laboratório Nacional de Idaho e c/Moddel Garrett, um professor de engenharia elétrica da Universidade de Colorado, Pinhero e sua equipe têm desenvolvido agora uma forma de extrair eletricidade e calor da luz solar coletada utilizando um circuito de alta velocidade elétrica especial.

Esta equipe também tem parceria com Dennis Slafer of MicroContinuum, Inc., de Cambridge, Massachusetts, parceria essa que pode resultar numa produção em larga escala e que seja acessível a uma grande quantidade de pessoas.

"Nosso principal objetivo é coletar e utilizar a energia solar quanto é teoricamente possível e levá-lo para o mercado comercial em um pacote barato que seja acessível a todos ", disse Pinhero. "Se for bem sucedido, este produto vai nos colocar ordens de valores à frente dos atuais tecnologias de energia solar que temos disponíveis para nós hoje."

Como parte de um plano de implantação, a equipe está garantindo o financiamento do Departamento de Energia dos EUA e de investidores privados. A segunda fase apresenta um dispositivo de captura de energia existentes de infra-estrutura industrial, incluindo o processo de calor, fábricas e fazendas solares.

Dentro de cinco anos, os pesquisadores acreditam que terão um produto que complementará os painéis convencionais de energia solar fotovoltaica. Por se tratar de um filme flexível, Pinhero considera que pode ser incorporado em produtos telha telhado, ou serem feitos sob medida para veículos de alta potência.

Uma vez que o financiamento estiver assegurado, Pinhero prevê várias aplicações comerciais para o produto incluindo a detecção de infravermelho (IR). Estes incluem a melhoria do contrabando de identificação de produtos para os aeroportos e de computação, ótica militar, telecomunicações e infravermelho linha de visão etc.

Tradução: Giorgione
Fonte: ZeitNews.org

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Farsa do Criança Esperança

Leão Esperança: Circula na Internet um e-mail cuja mensagem vem causando arrepios à Rede Globo:

Criança Esperança: Você está pagando imposto da Rede Globo! Quando a Rede Globo diz que a campanha Criança Esperança não gera lucro é mentira.
Porque no mês de Abril do ano seguinte, ela (TV Globo) entrega o seu imposto de renda com o seguinte desconto: doação feita à Unicef no valor de... aqui vem o valor arrecadado no Criança Esperança. Ou seja, a Rede Globo já desconta pelo menos 20 e tantos milhões do imposto de renda graças à ingenuidade dos doadores!

Agora se você vai colocar no seu imposto de renda que doou 7, 15, 30 ou mais pro Criança Esperança, não pode, sabe por quê? Porque Criança Esperança é uma marca somente e não uma entidade beneficente. Já a doação feita com o seu dinheiro para o Unicef é aceito. E não há crime nenhum.
Aí, você doou à Rede Globo um dinheiro que realmente foi entregue à Unicef, porém, por que descontar na Receita Federal como doação da Rede Globo e não na sua?.

Do jeito que somos tungados pelos impostos, bem que tal prática contábil tributária poderia se chamar de agora em diante de Leão Esperança.

Lição:
Se a Rede Globo tem o poder de fazer chegar a mensagem dela a tantos milhões de televisores, também nós temos o poder de fazer chegar a nossa mensagem a milhões de computadores!

AGORA, A REDE GLOBO DIZ QUE O DINHEIRO VAI DIRETO PARA UMA CONTA DA UNICEF,MAS PORQUE ELA NÃO DÁ O NÚMERO DA CONTA?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tudo é sistêmico'. Entrevista com Leonardo Boff

“Se não posso mudar o mundo, sempre posso mudar esse pedaço de mundo que sou eu mesmo. E aí pode se encontrar a semente de uma grande mudança.”

O teólogo e filósofo Leonardo Boff tem dedicado-se nos últimos tempos à luta por um novo paradigma ecológico. Autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, nesta entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, ele fala sobre os desafios e também oportunidades de ação e reinvenção diante dos dilemas do sistema político-econômico que acabou por gerar a degradação ambiental. Cooperação, corresponsabilidade e atitudes individuais de amor e respeito, em sua análise, têm poder de transformação da realidade. Leonardo Boff fala também sobre a biodiversidade, espiritualidade e futuro dos países emergentes.

Eis a entrevista.

Como escutar o grito da Terra em um sistema político-econômico surdo para o que não é veloz, lucrativo e produtivo?

Há uma confrontação total entre o sistema econômico vigente e o sistema-vida e o sistema-Terra. Aquele busca a produção cada vez maior em vista do consumo que exige a depredação da Terra e como consequência a produção de perversas desigualdades sociais. Estes visam o equilíbrio de todos os fatores para que a Terra possa manter sua capacidade de reposição dos recursos usados por nós e de integridade de sua natureza. O primeiro tem essa preocupação: quanto posso ganhar? O segundo: como posso produzir em equilíbrio com a natureza e preservando sua vitalidade? Enquanto essa equação não se resolver o grito da Terra nunca será ouvido. E a degradação continuará até um limite não mais suportável que se revela pelo aquecimento global. Aí a humanidade deve resolver: ou mudar ou ir desaparecendo.

A sustentabilidade tem sido usada por vários setores da sociedade para indicar falsas preocupações ambientais, produtos que se autodenominam verdes, empresas que se dizem responsáveis socialmente, mas não o são para com empregados, clientes etc. Frente ao consumo em escala gigantesca, o termo sustentabilidade ou a causa ambiental não estariam sendo absorvidos por um modo de produção que se mostrou fracassado e agressor da vida?


A sustentabilidade e o crescimento econômico obedecem a lógicas diferentes. A sustentabilidade pressupõe a interdependência de todos com todos, a cooperação e a coevolução de todos, respeitando cada ser por possuir valor intrínseco. O crescimento econômico é linear, pressupõe a dominação da natureza e o uso utilitarista dos seres que apenas tem sentido na medida em que se ordenam ao ser humano. A sustentabilidade representa um novo paradigma que se opõe ao paradigma de violência contra a natureza. Exige um no vo acordo de sinergia, de respeito e de sentimento de pertença à natureza sendo a parte consciente e responsável dela. A utilização que se faz da sustentabilidade pode melhorar alguns aspectos da redução de gases de efeito estufa, mas não muda a lógica de pilhagem da natureza em vista da acumulação. A Terra será sempre vista como um baú de recursos, nunca como Gaia, como Grande Mãe, um superorganismo vivo que se autorregula de tal forma que sempre se faz apto a produzir e reproduzir vida.

Como cada um pode colaborar para a reversão da falência da forma de vida e produção que temos até hoje? Em entrevista por ocasião dos 70 anos do senhor, o senhor teria dito: “Nunca aceitei o mundo assim como está”.


A crise é global e por isso atinge a cada um. E cada um é convocado a dar a sua colaboração Uma gota de água caída do céu não significa nada. Mas milhões e milhões de gotas produzem um grande chuva e até uma tempestade. Devemos pensar em termos quânticos: tudo tem a ver com tudo em todos os momentos e circunstâncias. Tudo se encontra inter-retro-conectado. Então, o bem que pessoalmente faço não fica reduzido ao meu mundo. Entra no circuito das interdependências e pode deslanchar grandes mudanças. Se não posso mudar o mundo, sempre posso mudar esse pedaço de mundo que sou eu mesmo. E aí pode se encontrar a semente de uma grande mudança.

Me lembro ainda de um artigo do senhor em que propunha refundar a ética diante da crise mundial de valores. Que caminhos temos hoje neste sentido?

Todos os códigos éticos atuais provêm de culturas regionais. Cada cultura produz seus parâmetros éticos para poder criar a convivência mínima entre todos. Ocorre que hoje vivemos uma fase nova da Terra e da Humanidade, a fase planetária. Todos estamos juntos na mesma Casa Comum. Ninguém tem direito de impor seus valores particulares ao todo. Por isso deve-se refundar a ética a partir de algo básico, comum a todos, de forma que todos possam se identificar com aqueles valores e princípios. Eu vejo que o eixo se estrutura ao redor dos valores ligados à vida, à Humanidade e à Mãe Terra. Para mim cinco são os valores de base: o cuidado para com todo o ser; a compaixão para com todos os que sofrem na espécie humana e na natureza; a cooperação de todos com todos porque foi a cooperação que nos permitiu o salto da animalidade à humanidade; a corresponsabilidade por tudo o que existe e vive; devemos ter consciência das consequências de nossos atos, alguns dos quais podem ser letais para toda a espécie humana; um senso mínimo espiritual segundo o qual a vida tem sentido, o universo não é absurdo, a verdade sempre representa um valor e o amor é o laço que une todos os seres e traz felicidade à vida.

Um fórum chamado Geopolítica da Cu ltura, realizado em novembro de 2010 na Cinemateca, em São Paulo, partiu do pressuposto que as novas economias reunidas no Bric já emergiram e a elas caberá definir o novo papel no mundo que se conforma pós-crise. O senhor acredita nessa possibilidade de gestão autônoma e criativa dos ex-emergentes? O Fórum propôs ainda uma transformação da singularidade cultural brasileira em valor estratégico que beneficie o povo. Pouco depois do final do Fórum, vimos explodir o conflito do tráfico e milícias e polícia no Rio de Janeiro. Ou seja, no outro extremo, outra singularidade brasileira, a violência, tomou a cena. Gostaria que o senhor comentasse.


Os Brics são importantes porque, formando o Grande Sul, quebram a hegemonia do Norte e obrigam as potências econômicas e militaristas a ouvi-los. Na medida em seu peso se fizer sentir, podem definir certos rumos do curso da história atual. Mas em termos de paradigma eles são miméticos : imitam as lógicas de potências ocidentais, lógicas essas que levaram a Terra à atual crise. Elas não são alternativas. Antes, podem acelerar a gravidade da crise. Se a China e a Índia quiseram consumir como o Ocidente (e cada um desses países possui uma classe média de pelo menos de 300 milhões de pessoas) seguramente irão desestabilizar o processo produtivo da Terra, com reflexos imediatos na política mundial. Esta não terá suficientes recursos para atender às demandas desses novos consumidores. Já dizia Gandhi em 1950: “Se a Índia quiser ser como a Inglaterra, ela precisa de duas Terras. A Terra é suficiente para todos mas não o é para os consumistas”.

Quanto mais informadas as pessoas e desenvolvidas as cidades, vemos uma preocupação maior com a sustentabilidade, reciclagem, reuso, alimentação orgânica, preservação dos biomas, plantio de árvores. Entretanto, valores como a solidariedade e ações coletivas ainda encontram obstáculos em sociedades/cidades cada vez mais egoístas, inseguras (literalmente) e materialistas. O senhor concorda? Que caminhos enxerga para as grandes cidades e seus habitantes?


Eu acho que o problema todo se resume numa relação nova para com a natureza e a Terra. Devemos partir da constatação de que pertencemos à natureza, somos a parte consciente e amante da Terra e simultaneamente a parte desequilibradora e destruidora dela. Temos a mesma origem e teremos o mesmo destino. Então se impõe uma relação de sinergia, de respeito, de veneração, de produção do suficiente e do decente para nós e para toda a comunidade de vida que também precisa da biosfera. Se não refizermos a aliança natural para com a Terra e a natureza, poderemos ir ao encontro do pior. Possivelmente só iremos aprender e tomaremos decisões fundamentais quando grandes ameaças atingirem nosso destino e percebermos que não temos outra al ternativa senão mudar: o modo de relacionamento para com todos os seres, as formas de produção e de consumo e os espaços de convivência pacífica e tolerante entre os mais diversos povos. Talvez dando espaço ao capital espiritual que não tem limites à diferença do capital material que é limitado, quer dizer, cultivando os valores da solidariedade, da convivência pacífica, do cuidado para com todas as coisas, da espiritualidade explícita como a meditação, a expressão artística e estética, o autoconhecimento e outras dimensões que formam o caráter exaurível e profundamente realizador do mundo espiritual, construiremos um outro caminho que nos leva a uma Terra da Boa Esperança (Ignacy Sachs) e a uma biocivilização.

O quão fundamental é a espiritualidade em tempos bicudos como o atual? Como manter a fé sem ilusões sobre a realidade humana?

Os tempos atuais são dramáticos. Isso não representa ainda u ma tragédia anunciada. Mas significa seguramente uma grande crise de civilização. Dizem-nos os antropólogos que em tempos assim fervilham as religiões e se aprofundam os caminhos espirituais. Eles formam aquele campo da experiência humana onde se elaboram os grandes sonhos e utopias, conferindo sentido à vida e rasgando horizontes de esperança. Bem dizia Ernst Bloch: “onde há religião, há esperança”; “o verdadeiro gênese não está no começo, mas no fim”. Isso podemos verificar atualmente. A despeito do caráter fundamentalista de muitas expressões religiosas, há uma efervescência do religioso, do sagrado e do místico irrompendo em todas as partes e em todos os estratos sociais. Quer dizer, os seres humanos estão cansados de materialidade, de eficiência, de consumo e de racionalidade. O segredo da felicidade e a quietude do coração não se encontra nas ciências, nem na acumulação de poder, mas no cultivo da razão sensível e co rdial, aquela dimensão do profundo humano onde medram os valores e vige o mundo das excelências. Daí nascem os sonhos e os valores que podem inspirar um novo ensaio civilizatório.

O que o senhor espera (ou tem visto) das rodadas de palestras propostas na sua parceria com a Fundação Avina sobre biodiversidade?

A biodiversidade é o ponto mais vulnerável do sistema-Terra. São as espécies, as mais diversas, e por minúsculas que sejam como insetos, a variedade de plantas e os microorganismos que respondem pelo equilíbrio e a vitalidade da Terra. Tudo é sistêmico. Um pouco mais de calor em uma região faz com que as flores do café murchem, o trigo não se abra e o milho não cresça, obrigando os produtores a mudarem de região. O sistema-Terra é complexo, mas frágil. Mínimas mudanças podem acarretar, devido ao caráter sistêmico, grandes mudanças no todo. Daí é importante valorizar cada ser, cada ecossiste ma, cada gota de água, pois tudo pode ajudar ou impedir a vida florescer e brilhar. Isso pressupõe um novo olhar diante da natureza, do universo e da Mãe Terra. Essa nova ótica produz uma nova ética, de encantamento, de respeito, de convivência jovial com todos os seres da criação.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cartas aberta aos políticos do Brasil

Bem, primeiramente gostaria de que os bons políticos, que porventura começarem a ler essa carta, favor a desconsiderem, ela foi escrita somente para os governantes que teimam em dilapidar os cofres públicos. O fato de eu fazer tamanha generalização é por saber que o nosso país está empesteado de toda sorte de ladrões na política, sendo os íntegros a minoria nos Poderes da nossa república tupiniquim.

Para começar, gostaria de comunicar que eu entendo perfeitamente o por que de vocês, larápios, furtam tanto e se apropriam do patrimônio público. Claro, todos vocês se esforçaram muito durante a campanha eleitoral. Para que tivessem muitos votos, necessários para a vitória, Vossas Excelências foram “obrigados” a comprar a consciência de muitos cidadãos. E para efetuar essa compra coletiva (será que o Groupon ou o Peixe Urbano já trabalham com compra coletiva de votos??? seria até uma facilidade para vocês!!) foram feitos muitos empréstimos com bancos, agiotas, traficantes e empresários.

Vocês se comprometeram com muita gente “graúda” e agora necessitam devolver o que todos esses homens de bem (como os agiotas e os traficantes) investiram na sua campanha, devolver com juros, correção monetária e também com uma “pequena” margem de lucro, obviamente.

Quero lhes dizer que sei também que vocês não se sentem constrangidos em retirar do povo o dinheiro necessário para pagar esses favores concedidos pelos acima mencionados homens de bem, que voluntária e espontaneamente lhes ajudaram na campanha eleitoral.

Eu compreendo, gente, que as fraudulentas licitações, os desvios de verbas e pagamento de altos salários a “colaboradores de campanha” apáticos e sem nenhuma formação profissional aproveitável para o serviço público são necessários para essa quitação com seus “investidores”. Vocês pagaram pelo voto, por que se sentiriam envergonhados, não é? E aliás, creio que no final vocês pensem que não compraram nenhum voto, e que na verdade aquele dinheiro que vocês entregaram às pessoas seja uma espécie de empréstimo pessoal do como aqueles feitos pelo Banco BMG ou pela BV financeira... acho que pode ser isso.

Tudo bem, tudo bem essa é a clássica ciranda do capitalismo, investe-se e depois faz-se necessário colher os frutos (lucros). Normal.

Mas a conduta dos senhores fica mais preocupante devido a um simples fato: além de ganhar os seus salários (que vocês mesmo escolhem!) os senhores se aproveitam e MUITO dos desvios de verbas e das fraudes licitatórias, é só ligar a TV(não, não liguem a TV por amos aos seus neurônios, acessem os diversos blogs independentes que temos no Brasil hoje!!), para ver os escândalos descobertos.

É isso mesmo Senhores, o povo está perdendo 4 vezes:
1.Em eleger um mal caráter (não tomem isso como uma ofensa pessoal, esse texto é bem profissional);
2.em ser obrigado a devolver com juros altíssimos o valor que receberam como pagamento pelo voto e que ninguém o avisou que teria que devolver;
3.em pagar os seus salários (uma bagatela...) e
4.em ter que suportar as Vossas condutas improbas, que quase sempre são noticiadas.

Mesmo com tudo isso, eu volto a externar minha compreensão, eu sei que vocês são viciados em poder, em dinheiro, mas o objetivo dessa missiva é lhes dizer que roubando vocês estão sendo pouco inteligentes.

Não entrem em parafuso, explicar-vos-ei minha posição.

Meus queridos, é difícil para o povo compreender que enquanto vocês fazem e pagam para suas belíssimas esposas fazerem mega procedimentos cirúrgico-estéticos com o dinheiro que pertence a todos, falta praticamente tudo nos hospitais públicos, falta até lugar para o doente se deitar, que coisa não!?

É também difícil para o povo saber que enquanto os filhos dele estudam com fome, muitas vezes não têm nem um lugar para sentar na sala de aula e são quase sempre desestimulados pelo binômio professores que recebem um salário-miséria e falta de material escolar adequado; os ilustres filhos de Vossas Excelências estudam nos melhores colégios, muitas vezes nos europeus, têm o melhor material escolar e assistem às aulas muito bem alimentados.

É difícil para o povo compreender que enquanto o cidadão comum rala décadas para no final de sua vida receber uma ínfima miséria, chamada de aposentadoria, alguns de vocês “trabalham” 4 anos e recebem uma polpuda pensão vitalícia.

Isso, meus caros, causa um intenso sentimento de revolta, revolta essa que se desdobra em consequências sociais, como a violência e o aumento no consumo de drogas, que por sua vez gera mais violência... não quero me delongar nessas consequências, pois teria que digitar por semanas, o que me faria provavelmente desenvolver uma lesão por esforço repetitivo.

É isso mesmo, a desonestidade de Vossas Excelências vem afundando o Brasil num mar de lama.

Mesmo se tudo isso que eu escrevi não conseguir tocá-los, quero lhes advertir sobre uma discreta porém contínua mudança pela qual a nossa sociedade vem passando.

Eu não sei se Vossas Excelências sabem, mas alguns indicadores sociais nesse país vem melhorando, dentre eles a educação. É importante que vocês saibam que quanto mais gente tiver acesso a ela, menos pessoas inescrupulosas como os senhores terão poder.

Os senhores podem estar pensando que essa mudança é muito lenta, na verdade realmente ela é, mas até uma tartaruga com apenas 3 patas consegue chegar lentamente onde ela quiser e essa mudança um dia se concretizará.

E é por isso que eu, um simples servidor público e aprendiz de advogado, estou tentando persuadi-lhes, mudem suas posições políticas, façam um tratamento com um bom psiquiatra e abandonem esse terrível vício pelo poder e pelo dinheiro, pois as pessoas um dia olharão para o passado e terão nojo do que vocês fazem hoje. Vocês vão ser tão bem quistos pela história quanto os ex-líderes do Ku-Klux-Klan o são nos dias atuais.

E eu sei que não é isso que vocês, pessoas tão “espertos” querem, não é?

No fundo, mas bem lá no fundo mesmo, eu tenho a mais límpida convicção de que vocês são pessoas maravilhosas.

Acreditando piamente que dentro dos senhores residem os mais elevados sentimentos do ser humano, eu estou certo de poder contar com as Vossas compreensão e colaboração, por isso, agradeço-lhes antecipadamente.

Cordialmente,

Giorgione Mendes.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Hoje tem CineClube Mossoró com o filme "O carteiro e o poeta."

Segue a sinopse do filme.
O filme O carteiro e o Poeta (Il postino, 1994), de Michael Radford, narra a história (fictícia) da amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda (Philippe Noiret) e Mario Ruppuolo (Massimo Troisi), carteiro incumbido de entregar a sua abundante correspondência.
A princípio distante, o poeta acaba cativado pela candura do carteiro, o qual, por sua vez, fica encantado com essa aproximação. Apaixonado pela filha da proprietária da taverna local, a bela Beatrice Russo (Maria Grazia Cucinotta), Mario tem a esperança de que "Don Pablo" o ajude a conquistar o coração da sua amada. A história se passa numa ilha de pescadores no sul da Itália, começo da década de 1950, onde Neruda se encontrava exilado.
O maior trunfo de O Carteiro e o Poeta é a irresistível interpretação de Massimo Troisi. O ator constrói seu personagem na medida certa, quase minimalista, em delicados meios-tons: contido, hesitante, tímido, deixando a emoção fluir com um misto de recato e humor. Para contrabalançar, o Neruda de Philippe Noiret (o grande ator francês de Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, entre muitos outros) é um indivíduo em plena maturidade artística e emocional, autoconfiante e ciente do próprio charme e da admiração que sua figura pública provoca.
Foi um filme recebido com grande emoção pelo público na época do lançamento. Foi candidato ao Oscar de Melhor Filme de 1996 - desde 1973, ano em que Gritos e Sussurros, obra-prima de Ingmar Bergman, foi um dos indicados, um filme de língua não inglesa não era escolhido para ser um dos cinco finalistas do prêmio - e também concorreu aos prêmios de direção, ator (Massimo Troisi), roteiro adaptado e música (Luis Henrique Bacalov), mas ganhou apenas nessa última categoria.

Quem quiser conferir basta ir até a Estação das Artes, hj (14/03/2011) às 17h e assistir.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Quanto mais seguro vc se sente, menos vc valoriza os bens materiais.

De acordo com uma pesquisa da Universidade de New Hampshire, pessoas que se sentem seguras acerca do amor que recebem e sobre a sua aceitação social tendem a dar menos importância (monetariamente falando) aos seus bens materiais.

A pesquisa foi conduzisa pelo professor assistente de Psicologia Edward Lemay e seus colegas da Universidade de Yale.

Lemay e seus colegas descobriram que pessoas com uma forte sensação de serem amadas e aceitas por outras, não são tão apegadas a bens materiais quanto as pessoas que se sentem inseguras no convívio social (pessoas que n se sentem aceitas).

Nos seus experimentos, os pesquisadores mensuraram o valor que cada pessoa atribuia a determinados bens, tais como cobertores e canetas.

Em determinados testes, uma das pessoas que não se sentia acolhida pelo seio social chegou a avaliar um produto com um valor 5 vezes maior do que o atribuído pela pessoa que se sente segura.

"As pessoas atribuem valores a objetos em virtude de estes poderem proporcionar uma sensação de proteção, segurança e conforto" explica Lemay. "Mas o que nós descobrimos foi que se as pessoas já se sentem amadas, seguras e aceitas pelas outras, que pode em consequência causar um sentimento de proteção, os valor dos seus bens, para elas, diminuirão."

Os estudiosos avaliam que os resultados deste estudo poderão ajudar pessoas com distúrbio de acumulação de bens.

"Esse estudo se torna relevante para entender principalmente porque tantas pessoas tem dependência por bens que que são muitas vezes inúteis. Ele também pode ser importante para entender porque alguns parentes frequentemente lutam por itens de propriedades que acham ser legitimamente deles e acharem que estes já estão inscritos em seus patrimônios. Os bens de herança provavelmente têm tanto valor em virtude da ameaça da morte associada a eles e que se contrapõe ao sentimento de segurança pessoal." relata Lemay.

Tradução: Giorgione Mendes.
Fonte: zeitnews.org

quarta-feira, 9 de março de 2011

Horizontes mais amplos e o mito da caverna (Platão).

Certo dia, liguei a TV na Globo na manhã de um domingo e assisti ao programa Ação, apresentado por Serginho Groisman. Ele estava entrevistando o neurocientísta Dr. Miguel Nicolelis sobre o projeto que este implantou na cidade de Natal-RN.

Basicamente esse projeto vem trazendo à população de baixa renda da periferia natalense possibilidades, horizontes que eles jamais teriam somente com os parcos recursos destinados à educação pelos governantes. O projeto tem o intuito de aproximar a ciência dos socialmente excluídos. E vem tendo êxito. Uma frase que me "impactou" bastante, foi quando Nicolelis falou: "antes de ser implantado esse projeto, nós perguntamos ás crianças o que elas queriam ser quando crescerem e a resposta na maioria esmagadora das vezes era 'quero ser cantor, ou atriz da globo...'. Isso se devia ao fato de elas não terem contato com uma realidade distinta da que viviam. Hoje, depois de um certo tempo de desenvolvimento do nosso projeto, quando novamente perguntamos o que elas queriam ser as respostas foram outras 'quero ser cientista, engenheira, astrônoma ...'".

Esse fato nos remete ao Mito da Caverna de Platão. Percebemos facilmente que quando as pessoas têm acesso a um espectro mais amplo de possibilidades, mais facilmente elas podem se direcionar a diferentes áreas de interesse. Mas enquanto não se tem esse acesso, nada muda, e as pessoas chegam a ridicularizar ou achar que é impossível haver uma vida diferente.

Infelizmente a relidade nos mostra que não existem milhares de Nicolelis, milhares de soldados dispostos à retirar as algemas que prendem nossa sociedade em um modo de vida degradante. Temos muitos soldados dispostos a manter os prisioneios virados para a parede da caverna, e pouquíssimos dispostos à libertá-los das correntes.

Imaginem quantos Newtons, Einsteins, Niemeyers e Bobbios nós já perdemos por causa desse descaso?

Mesmo assim, cabe a nós fiscalizar as ações governamentais e mostrar que nos importamos e que exigimos uma melhor educação científica e reflexiva para a nossa juventude.

Quem tiver interesse em conhecer o projeto do Dr. Nicolelis acesse: http://www.natalneuro.org.br/sobre_iinn/index.asp